mantenho o mesmo fio de água
ou talvez se haja robustecido
água inodora
transparente e cristalina
como sonhos de menina
…
mantenho o mesmo calor de brasa
ou talvez se haja incandescentecido
fogo irreflectido
forte e imprudente
como quem se crê ser gente
…
mantenho o mesmo sopro de ar
a mesma força no mesmo fluido
fluido brando
essencial e sublimado
como quem se crê ser…
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Conduz-me pela música
com teus movimentos de linguagem poética
gestos que seduzem
e despem a alma
envolve-me em acordes de ternura
hipnotiza-me com tua pele que exala sensualidade
tua mão aberta sobre as minhas costas desnudas
embota-me
quando me desenha a linha
dança comigo a sinfonia da ternura…
lábios procuram o pescoço
uma voz quente cicia ao ouvido
ensandeço…
suspiros…
carícias…
o beijo em silêncio…
dança comigo
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
minutos vagueiam…
no pensamento
aro o chão fecundo
de acerva dor…
a noite
afunda-se
liberto o delírio de ruídos de mágoas
quero arrumar os sonhos
coroar de folhas melancólicas
a voz de fogo, que brota da água…
entrançam-se maresias conscientes
no rumor da cor
e nascem pensamentos que rumam a nada…
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Mão trémula a que segura uma chávena de chá
Ah!...
o chá das quintas feiras
o chá da viparinidade
requinte ecléctico da nulidade.
…
O silêncio nunca!
Verborreia disentérica
obstinação da gratuitidade
dissecam o palco da vida que sonham, dos outros,
porque a sua, já não tem interesse…
Grau zero na fé humana:
Prisioneira da incompetência
Medalha de mérito e com distinção
no Mestrado da Incongruência
da ignomínia
Salvé
o Mérito nulo.
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Inebria-se a noite
pelo sonho fora
e em sonho de outrora
espetar a espoleta
de arma em riste
no cometa
cauda da inspiração
inalar o breu
da esquálida melodia
a noite de sol é gélida, é fria
noite soturna
de esperança difusa
bailando na noite
de orquestra confusa
contorça no leito
de sonho e de sonho
esperança baldia
em carranco risonho
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Ser quarto vazio
não receber reflexos de amor
no coração vagueiam gatafunhos
pelos rabiscos de um beijo
gorjear luz e envolver-se em bruma
ser fenda
amedrontada
num bloco de granito
alisar a água
adensa-se a vontade
de pentear o sangue
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Nem nojo por existência
evidenciar a negrura de cada um
num acto uno e disforme
Perder-se,
andar por ermos becos
buscando mortalha
retalho putrefacto do estendível
do que pretende ser
amargar a inexistência,
o não ser,
em hora desnuda
e o putrefacto almíscar
que se aromatiza
quando se tenta ser fera
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Abafar o silêncio
no temor que se finge não sentir
ter a dor como cúmplice
perpetuar no floral âmbar
das flores que se guardam
nas folhas involuntárias
de livros de poesia
flores que compreendem
folhas que se compadecem
de um destino ao sabor do vento
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
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